O que tem de diferente o Arlequim Português

 

O interesse na criação de canários da raça Arlequim Português está na dificuldade em obter bons exemplares. O prazer inicia com a procura de características dos progenitores que propiciem bons filhos no que respeita à cor variegada (distribuição melânica e lipocrómica equilibrada, qualidade do mosaico, existência de todas as cores, brancos nítidos), pouca em tricórnio, tamanho (16 cm), posição no poleiro erguida e altiva, corpo alongado, esguio e harmonioso.

A curiosidade começa logo no dia de nascimento das crias. Serão variegadas, claras ou escuras? Ficamos com expectativas em relação aos que parecem variegados. Por volta dos 10-12 dias começa a perceber-se se têm ou não poupa. Depois com o crescimento da primeira plumagem começa a ficar clara a distribuição melânica (as cores escuras). Depois de separados dos pais, continua a curiosidade sobre cada uma das novas aves. Iniciada a muda é a altura de se começar a perceber como se definem as cores, surgem os vermelhos nas zonas de eleição e os brancos ficam mais nítidos. É nesta fase que alguns canários nos surpreendem com a sua beleza e outros nos desiludem porque afinal os vermelhos não ficaram apenas nas zonas de eleição e os brancos não ficaram nítidos. Mas para os que têm as cores variegadas, os vermelhos nas zonas certas, os bancos nítidos, ainda é preciso ver se têm um bom porte no que diz respeito ao tamanho, e ao corpo, bem como se posicionam no poleiro. Os machos ficam identificados por terem a mascara vermelha mais extensa e as fêmeas um risco mais fino sobre o olho. Se têm poupa ainda é necessário apreciar a sua forma (este é um factor ainda muito pouco trabalhado pelos criadores).

Claro, no final são muito poucos os que têm todas estas características. Se ao final da criação houver um canário Arlequim Português que reúne todas estas características, então foi muito bom. Em todo o caso, é altura de escolher os melhores progenitores para a época seguinte. Identificarmos as melhores características de uns para juntar com outros que possam aportar boas características que não tinham os primeiros, sendo que sempre um deve ter poupa e o outro não.