Faixas com vias de trânsito excessivas
   
Artigo de opinião
Publicado em 04/08/2015


(Original em PDF)

Um dos fatores que poderá contribuir para o incorreto funcionamento dos arruamentos é o das suas faixas de rodagem com largura ou vias de trânsito excessivas, isto nos casos muito frequentes onde os fluxos de tráfego são moderados não justificando a existências de múltiplas vias no mesmo sentido.

Além de ser um claro desperdício de espaço podem tornar-se perigosas pela liberdade da prática de velocidades excessivas e ainda porque os peões terão que as atravessar em percursos mais longos. Contribui-se, assim, em meio urbano para o indesejável tráfego rápido e a insegurança, ou então para o posterior recurso a soluções forçadas e incómodas como é o caso das lombas.

Haveria então que ponderar a opção por um número de vias mais ajustado à procura de tráfego sendo certo que estes condicionamentos naturais às circulações motorizadas podem ser favoráveis aos objetivos gerais de acalmia do tráfego e do aproveitamento racional do espaço disponível. Este contexto poderia ser aplicável a alguns arruamentos em Bragança que me parecem merecedores da devida atenção no sentido da sua eventual remodelação, dos quais passo a analisar aqui apenas dois casos.


Na alameda de Santa Apolónia não duvido que se deveriam reduzir as quatro vias de trânsito para duas destinadas aos fluxos principais acrescidas de uma zona intercalar multifuncional, esta a destinar às vias de viragens à esquerda, à colocação de ilhéus de apoio às travessias de peões ou a um suplemento de largura para ultrapassagens. Ficaria ainda espaço disponível para a adequada acomodação de uma banda para velocípedes junto ao passeio, em alternativa à atual que se encontra em claro conflito funcional com os pedestres dada a exiguidade do espaço que a estes é destinado e que em número considerável vêm acorrendo ao circuito onde se insere esse passeio.


Na Avª. Abade de Baçal apesar de estar demarcada com quatro vias de trânsito, existem nela zonas, como a da foto, em que uma das vias laterais é tomada pelo estacionamento ilegal mas consentido. Trata-se, portanto, de uma situação irregular agravada pelo fato de os semáforos regularem duas vias de aproximação ao cruzamento enquanto na saída deste está apenas uma via disponível dando, assim, origem a possíveis acidentes.

A situação repete-se no cruzamento semaforizado junto ao hospital. Parece, assim, claro que deveriam ser corrigidas estas situações, em que nem será necessário impedir o estacionamento, bastando uma reafectação do espaço de acordo com alguns dos princípios descritos anteriormente.

Apelo então a um maior rigor na gestão da circulação urbana por parte dos responsáveis camarários. Devia ainda ser dada uma grande prioridade ao modo de circulação pedestre na conformação dos diversos arruamentos em Bragança, assunto que abordarei aqui em próxima oportunidade.

In jornal "Nordeste" de 4 de agosto de 2015
     
  Voltar à lista