A circulação na cidade de Bragança
Solução para a Avª João da Cruz
   
Artigo de opinião
Publicado em 16/09/1997

(Original em PDF)

Na sequência do artigo anterior sobre as condições de circulação em Bragança apresento agora a proposta de solução que advogo seja encarada para a avª João da Cruz, cujo esquema de circulação se observa em anexo, e que consiste na implantação dos seguintes sistemas:

1 - Um que interligue a avª João da Cruz à avª Sá Carneiro através da faixa sul da praça Cavaleiro de Ferreira sendo implantadas duas rotundas nas intersecções. Por razões de optimização das circulações e de ordenamento urbanístico estabeleçem-se dois sentidos de circulação na faixa sul da praça Cavaleiro de Ferreira e ainda na artéria a norte da Caixa Geral de Depósitos.
2 - Um outro sistema no topo norte da av. João da Cruz que permita a interligação desta com a Rua da Estação através do espaço da antiga Estação do caminho-de-ferro. Com este sistema seria criado um novo percurso alternativo tendo como consequência imediata o alívio do tráfego na avª Gen. Humberto Delgado.
Tais sistemas contam desde já com a possibilidade de implantação de um novo arruamento, a construir ao longo da plataforma da antiga linha do caminho-de-ferro, com início na rotunda que proponho em torno do monumento ao dr. Sá Carneiro.

 

Como vantagens principais desta solução alternativa refiro as seguintes:
- Definição clara dos percursos a seguir pelo tráfego automóvel, nomeadamente pelo tráfego de atravessamento da cidade.
- Possibilidade de definição das circulações pedonais de forma naturalmente organizada e não restritiva.
- Mais espaço público liberto das circulações motorizadas sendo de destacar a disponibilização de um espaço amplo ligado ao edifício dos Correios.
- Moderação das velocidades de circulação com um consequente aumento da segurança.
- Diminuição dos tempos de espera assim como a melhoria da fluidez das circulações.
- Possibilidade do seu ensaio prévio com recurso a ligeiros trabalhos de adaptação das vias e posterior faseamento de implantação.
Considero, então, que se deveria desenvolver esta solução por meio de um estudo técnico de pormenor que garanta o respeito pelos princípios gerais a que as intervenções nos espaços públicos urbanos devem obedecer, tendo-se ainda em atenção a necessidade urgente da valorização urbanística do centro da cidade. Contrariamente, a opção pela instalação de semáforos, baseada no actual esquema de circulação, não daria resposta a esses princípios tendo ainda os inconvenientes de exigir avultados investimentos, seja no primeiro estabelecimento, seja posteriormente na manutenção dadas as frequentes avarias a que estão sujeitos e o seu funcionamento seria apenas eficaz durante os períodos de ponta nos dias úteis, quando a intensidade de tráfego é relevante. Atendendo-se ainda ao facto de estarmos perante uma zona da cidade onde é conveniente proceder-se a cortes do trânsito por motivos de festas, feiras ou outros, teríamos, nesses períodos, um sistema de regulação do tráfego sem qualquer utilidade.

 
In jornal "A Voz do Nordeste" de 16 de setembro de 1997
     
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