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As advances in technology introduce more complex creative challenges, screen-based typography must be reconsidered as new language with its own grammar, its own syntax, and its own rules. What we need are better models which go beyond language or typography to reinforce - rather than restrict - our understanding of what it is to design with electronic media.
Jessica Helfand, in ‘Screen - Essays on Graphic Design, New Media, and Visual Culture’.


Tendo por base os conteúdos formais e estruturais do futurismo, suprematismo, dadaísmo, construtivismo e outras correntes artísticas que nos seus princípios e fundamentos contribuiram para a construção de uma consciência moderna face à tipografia, o projecto tenta evoluir esses princípios num contexto orientado para as dinâmicas contemporâneas, numa perspectiva eminentemente tetradimensional.

O projecto desenvolve-se por um conjunto de experiências pretendendo abordar questões relacionadas com a sincronização em tempo real de ilustrações tipográficas digitais que reagem ao som produzido ou capturado. As qualidades formais dos caracteres, as suas proporções, dimensão, aparência, etc., variam ao longo do tempo segundo valores não aleatórios, mas provenientes de uma fonte sonora.

O propósito deste trabalho é essencialmente experimental e procura devolver à tipografia os aspectos prosódicos da linguagem.

 
 
 
 
 
 
 
 



















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  Tipografia e Som foi um projecto que se desenrolou por vários campos de acção e tinha como principal objectivo o questionar a potencialidade da tipografia digital, abordando as características inerentes aos estados virtuais (dinâmica, interactiva, mutável e mutante, frenética e cinética) e sonoros (ritmo, volume, entoação, timbre, as qualidades fonéticas em geral).
De modo a ilustrar o sentido da tipografia neste meio, elaborei um conjunto de exercícios interactivos nos quais a relação tipografia/som/interacção é o elemento fulcral, no intuito de encontrar um modelo computacional que permita representar um sistema de fenómenos tipográficos.
O projecto analisa o som e as estruturas dos tipos digitais estabelecendo novas redes emotivas e perceptivas com o utilizador, retirando a tipografia da sua esfera pragmática e incutindo-lhe elementos físicos encorajando os caracteres a tornarem-se puros conceitos.
Neste processo a tipografia não se limita a transcrever visualmente um som. Ela ganha, pelo interface, uma capacidade sensório-motora, tornando-se ora ideográfica, ora logográfica. Em suma, torna-se numa tipografia natural que, não sujeita à pura transcrição da fala, se reconstrói a si própria como elemento de interpretação linguística e cognitivo.
A tipografia, como parte integrante e material de um sistema de comunicação capaz de oferecer uma outra dimensão à voz, torna-se, pela relação significado-significante, num processo de narração e interacção sígnica, que não recorre unicamente à via lógico-sintática. Muito embora a tipografia se mova dentro de um código, o qual determina o modo como se constituem quer os grafemas, quer os morfemas, ela pode influenciá-lo, manobrando-o e/ou decifrando-o. Foi esse o propósito das minhas experiências na relação tipografia e som.
A tradução de formas visuais em fórmulas matemáticas e equações permite-nos introduzir na tipografia qualidades dinâmicas – a temporalidade. O sistema permitiu assim construir um modelo onde as proporções dos caracteres, assim como a sua forma, possam variar ao longo do tempo segundo valores não aleatórios, mas antes provenientes de captação de um sinal sonoro e sua posterior análise. Utilizando uma aplicação específica, capta-se e analisa-se em tempo-real qualquer tipo de input sonoro através da Fast Fourier Transformation (FFT). Valores de amplitude de 16 frequências, valores de baixo, meios-tons, altos e espaços de silêncio tornam possível a ligação ao interface criado para programar a tipografia a responder a esses estímulos. As peças construídas reflectem sobre propósitos diferentes de interacção que o ambiente do computador pessoal permite.

 

Todas as peças aqui presentes fazem uso da captação sonora, quer por input sonoro proveniente de faixas musicais, quer por input através do microfone ou ainda por dispositivos midi:

1. A primeira experiência trata de uma peça essencialmente reactiva que altera quer cromaticamente, quer em escala a palavra 'a7ch!m' através das características do input sonoro.
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2. Na segunda experiência um turbilhão de palavras flutuam em movimentos circulares. O input sonoro permite ampliar o que se escreve com o input do teclado.
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3. A terceira experiência foi inspirada no imaginário da época construtivista. Aqui um 'typoman' dança ao sabor da música.
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4. Uma peça inspirada pelas campanhas publicitárias da Absolut.
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5. Experiência com a letra 'g'. Aqui, o tipo altera-se com o aproximar do rato, que despoleta uma reacção sonora alterando a densidade cromática, assim como a rotação e duplicação do caracter.
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6. Aplicação de um motor 3D que funciona através do input do rato que permite manipular a sua rotação e velocidade.
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7. Monograma que se move e muda de cor de acordo com as características do input sonoro.
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8. Inspirado pelas experiências com a letra 'M' de Wolfgang Weingart, esta peça interactiva permitiu explorar as capacidades reactivas e interactivas dos PCs na criação de automatismos onde o som comanda o fluir coreográfico do caracter no ecrã. A sua rotação, duplicação, posição e coloração dependem desse input, assim como das acções que o utilizador cria com o rato.
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Projecto desenvolvido por Vítor Quelhas entre 2003 e 2004 para obtenção parcial do grau de Mestre em Arte Multimédia pela FBAUP.

O projecto faz uso das tecnologias Macromedia Flash, na versão 6, e usa um controlador midi, da vlight, intitulado vlight.ctrl, que permitiu a criação reactiva das peças tipográficas e sua sincronização em tempo-real com composições em Flash.

Para mais informações, por favor, contacte:
Vítor Quelhas
info [at] dyntypo [dot] com

ou visite o website www.dyntypo.com onde encontrará mais informações sobre este e outros projectos relacionados.